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sábado, 18 de outubro de 2008

"Rio Bravo"

Este blog, tão desatualizado, volta com um momento especial da arte do filme: Onde começa o inferno (Rio Bravo, 1959), de Howard Hawks, uma resposta deste excepcional realizador aos westerns psicológicos que então estavam a aparecer (Billy the Kid, com Paul Newman, de Arthur Penn, entre outros). É, na verdade, além de um filme de ação, uma observação sobre o comportamento humano. Com poucas cenas de ação, o filme se passa quase todo dentro de uma delegacia e no interior de um hotel. É o homem e suas artimanhas que interessa a Howard Hawks. A se reparar em sua rica filmografia, dividida entre a comédia louca e o western e os filmes de aventuras, nestes os personagens se encontram sempre à espera de algo acontecer. No caso de Rio Bravo, à espera do tiroteiro final para a resolução do conflito. No caso de Hatari!, à espera do momento de caçar. Entre outros exemplos. Hawks sabe, como poucos (e, entre eles, Billy Wilder, Alfred Hitchcock...) elaborar os finais de seus filmes com engenho e arte. Em Rio Bravo (filme que tornaria Dean Martin um ator respeitável após a dissolução da dupla que fazia com Jerry Lewis), o fecho é de uma graça extraordinária. Findo o conflito, John Wayne vai procurar Angie Dickinson no hotel e, quando a encontra, ela o derruba na cama ("a única derrota do cowboy invencível") e joga seu chapéu pela janela que vai cair em cima de Dean Martin e Walter Brennan, que, bêbados, comemoram o desenlace.


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