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sábado, 19 de abril de 2008

As Diabólicas

Em meados dos anos 50, um filme francês dirigido por Henri-Georges Clouzot, As diabólicas (Les diaboliques, 1955) causou um verdadeiro frenesi no público, chegando mesmo a se tornar um cult instantâneo. Muita gente, fascinada com o domínio do realizador em provocar fortes emoções, tinham-no como referência. Clouzot, célebre diretor (O salário do medo), ainda que à antiga (segundo os postulados da Nouvelle Vague) sabia construir os seus mistérios e dar ao público doses gratificantes de surpresas. Com o tempo, Les diaboliques foi sendo esquecido, empurrado para trás pelas novas ondas e pelas novas vagas. Mas quem o viu, como este bloguista de plantão permanente, não o esquece. A amante e a esposa de um diretor de escola tipicamente francesa o matam por vingança. Mas o cadáver desaparece e outros fatos estranhos acontecem. Com Vera Amado Clouzot (brasileira, filha do escritor e diplomata Gilberto Amado, que Clouzot a conheceu aqui no Brasil e se casou com ela, tornando-a atriz), Simone Signoret, Michel Serrault (que trabalhou em A gaiola das loucas), e Paul Meurisse. Suspense que envolve o espectador do princípio ao fim numa época em que não se usava efeitos especiais: tudo é clima, atmosfera, um bater de porta, um gemido da personagem, um olhar dissimulado. A cena da banheira, quando o cadáver se levanta, é impressionante. Vera Amado, ainda jovem, morreu do coração. Será que foi de susto?




3 comentários:

Jonga Olivieri disse...

Impressionate como este filme é bom. Como foi ousado para a época.
Você notou os "biquinhos" dos peitos de Vera realçados pela camisola transparente? Detalhe sensual do diretor. Coisas que identificaram e diferenciaram o cinema europeu (francês em particular), numa época em que o "puritanismo" dominava Hollywood.
E a luz? Tem um momento em que as sombras de uma porta entrelaçada recortam o rosto de Vera e e seus olhos ficam em evidência. Só em filme preto e branco...
Uma direção segurissima e um elenco excelente, fazem do romance da dupla Boileau-Narcejac*, uma obra marcante do suspense.

(*) O romance original: "Celle qui n'était plus". Mas eles são os mesmos autores de "D'entre les morts", adaptado por Hitchcock, e rebatizado como "Vertigo" (Um corpo que cai).

André Setaro disse...

Clouzot, porque um realizador à antiga, foi criticado por alguns críticos/cineastas da Nouvelle Vague, mas o tempo, poderoso juiz das coisas, caminhou a seu favor. Desde "O corvo"/"Le corbeau", 1943, ainda com a França ocupada, já vinha causando impacto e polêmica. Além de "Les diaboliques", fez excelentes filmes, a exemplo de "O salário do medo"/"Le salaire de la peur", 1953, com Yves Montand, "Os espiões", com Peter Ustinov, "A verdade"/"La verité", 1960, com a radiosa BB, entre outros, evidentemente. MP, que não gosto de citar o nome, era apaixonada, como você diz, por "As diabólicas". Levou um ano, desde que viu o filme, a falar constantemente e, algumas vezes, com emoção.

Anônimo disse...

assisti a esse filme,
ainda menino,
no Cine Íris
em Feira de Santana

será que morri na projeção,
à soirée,
e não me dei conta?

ex.cinéfilo

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