E aqui temos um grande momento de Como matar sua esposa (How to murder your wife, 1965), de Richard Quine, o mesmo realizador do post anterior que mostra uma belíssima cena de O nono mandamento. O crítico e pesquisador Sérgio Andrade tem razão quando diz que "a câmera descendo pelo corpo da Kim no final da cena é genial!" Quine é um caviar para ser apreciado com cuidado e admiração. Há engenho e arte em suas comédias, e sabe, como poucos, explorar a beleza das mulheres, a exemplo de Kim Novak e , aqui, em How to murder your wife, a graça e o encanto de Virna Lisi a sair, divina, de um bolo gigante para a estupefação de um Jack Lemmon embriagado. Tenho muito de minha formação cinematográfica, devo confessar, neste período do cinema americano no qual havia um refinamento e uma sofisticação indiscutíveis (Charada, de Stanley Donen, Bonequinha de luxo, de Blake Edwards, entre tantas e tantas outras que daria para ficar citando pelo blog adentro). Infelizmente, o caldo cultural contemporâneo está distante de toda essa finesse. Pena!
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sexta-feira, 19 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
O nono mandamento, de Richard Quine
Uma pequena obra-prima O nono mandamento (Strangers when we meet, 1960), do grande Richard Quine (há comédia mais genial do que Como matar sua esposa, com Jack Lemmon, Terry Thomas e Virna Lise? E o que dizer de Aconteceu num apartamento ou Quando Paris alucina, com William Holden e Audrey Hepburn, entre tantas outras?). Kirk Douglas, neste melodrama de alta densidade de sofisticação, é um arquiteto casado que se apaixona por sua vizinha, a esfuziante Kim Novak, também casada como ele. O tema, hoje, batido, mas na época o adultério ainda fazia certo furor. Mas o que importa mesmo em O nono mandamento é a beleza de sua mise-en-scène, o talento de Quine como regista, os atores magníficos. Além do Spartacus, e da Madeleine, Barbara Rush e Walter Matthau. Filme esquecido que não se encontra em DVD nem passa em canal por assinatura. Será que a Confraria dos Baixistas consegue tirá-lo via download?
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Modesty Blaise, de Losey
Modesty Blaise (1967), de Joseph Losey, condensa a cultura pop dos esfuziantes anos 60 com a paródia dos filmes à la James Bond, com a maravilhosa Monica Vitti dos filmes de Michelangelo Antonioni, uma mulher que encantou o século passado aqui num trecho do filme ao lado de Terence Stamp, o anjo pasoliniano de Teorema. Sob a direção de um talento que atende pelo nome de Joseph Losey (o seu O criado/The servant é uma obra de mestre).
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